segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida."
Fernando Pessoa

ALMADA NEGREIROS, (Trindade, S. Tomé, 7 de Abril de 1893 — Lisboa, 15 de Junho de 1970)

HISTÓRIA DAS PALAVRAS
As mulheres e os homens estavam espalhados pela Terra. Uns estavam maravilhados, outros tinham-se cansado. Os que estavam maravilhados abriam a boca, os que se tinham cansado também abriam a boca. Ambos abriam a boca.
Houve um homem sozinho que se pôs a espreitar esta diferença - havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cansadas.
Depois ainda espreitou melhor: Todas as pessoas estavam maravilhadas, depois não sabiam agüentar-se maravilhadas e ficavam cansadas.
As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um - mais luz, alegres - menos luz, tristes.
O homem sozinho ficou a pensar nesta diferença. Para não esquecer, fez uns sinais numa pedra.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Egípcio!
Os sinais que ele gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessoas, chamaram-se hieróglifos.
Mais tarde veio outro homem sozinho que tornou estes sinais ainda mais fáceis. Fez vinte e dois sinais que bastavam para todas as combinações que há ao Sol.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Fenício.
Cada um dos vinte e dois sinais era uma letra. Cada combinação de letras uma palavra.
Todos dias faz anos que foram inventadas as palavras.
É preciso festejar todos os dias o centenário das palavras.
Almada Negreiros



A FLOR
Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção , outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase que não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era de mais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
Almada Negreiros

José de Almada Negreiros sobre Fernando Pessoa...

..."Começo por Fernando Pessoa.

Não recordo ter estado alguma vez com Fernando Pessoa e mais outros. Ou lembro vagamente. Lembro-me apenas de ter estado anos com ele e mais ninguém connosco. O poeta Américo Durão lembra-se de ser eu o único do "Orpheu" tu-cá-tu-lá com Fernando Pessoa. Sou comovidamente grato a este testemunho público daquele poeta, tanto mais que devo não ter sido o mais assíduo companheiro de Fernando Pessoa, e o facto de os do "Orpheu" não se tratarem por tu, torna bem significativo o da sua aberta recordação. Há verificável impossível salvo do poeta.

Devo a Fernando Pessoa (repito: pela primeira vez na minha vida) a alegria de ver noutrem a oposição e não o costumado contrário nosso alheio. Obrigado Fernando. Não há aqui de quê agradecer. Também o sei. Desculpe. É a afectividade. Carinho.

De parte a parte, em ambos nós nada havia de contrários pois que nenhum dependia dessas classificações engendradas a título social para o sossego e a comodidade de uns tantos. Não. Éramos poetas. Perdão: apresentávamo-nos para poetas. Antes de bons ou maus poetas bebíamos já ambos o delirante veneno de não pertencermos a nada e sermos cá. Partíamos logo desde o respeito muito bem pesado por tudo quanto a outros lhes era forçoso participar no quotidiano. Não ter este forçoso era o nosso carimbo de poetas. Mas para melhor fazer entender o carimbo, direi que isenção que significa poeta tem arrumo na nomenclatura social e na mesma palavra que faz de réu em desclassificado.

Foi neste momento que dei a Fernando Pessoa um pequeno papel muito dobrado e que ainda o dobrei mais deante dele. Desdobrou-o com o mesmo cuidado com que o dobrei, e leu: Quer o queiramos quer não, nós (o artista) estamos muito longe de pertencer à comunidade". Assinado: Cézanne."...

Texto retirado do livro de Almada Negreiros "Orpheu", edição Ática

domingo, 30 de agosto de 2009

MUDE - Museu do Design e da Moda. Colecção Francisco Capelo


O Museu do Design encerrou ao público no Centro Cultural de Belém em Agosto de 2006. O novo Museu do Design e da Moda – MUDE abrirá ao público no Palácio Verride (Palácio de Sta. Catarina). No contexto internacional o MUDE possui um lugar singular pois reúne no mesmo espaço design e moda.Tendo por base a colecção Francisco Capelo, adquirida pela CML, o museu reúne muitos dos mais emblemáticos objectos criados entre meados da década de 1930 e a actualidade. Mobiliário e pequenos objectos utilitários, reflectem os principais movimentos e tendências do design do século XX. A colecção conta com 1000 objectos e 1200 peças de alta-costura, encontrando-se a desenvolver uma política de aquisições. Em paralelo, vestuário, calçado e acessórios, maioritariamente de alta costura, tecem a história da moda durante o mesmo período.

Endereço: Sala do RiscoLargo de Santo António à Sé,
221100-342 Lisboa
Telefone: 218 886 117
Fax: 218 886 124

PAULA REGO

ver programa:



Todos os anos pela Primavera, todos os anos pelo Outono, surgirão novas histórias para serem contadas em Cascais. Paula Rego vai ter uma casa onde se passearão as figuras de pesadelo, as imagens de sonho saídas do seu imaginário. Todos poderão brincar lá dentro. Seja apenas com o olhar, seja com o desejo de partir à procura dos contos escondidos naquele universo feito de espanto. É a Casa das Histórias, um projecto de Eduardo Souto de Moura, com inauguração marcada para 18 de Setembro, acondicionada num edifício para já escarlate mas que o tempo se encarregará de empalidecer até lhe dar um tom rosa-velho.




quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Porquinho de Puebla de Sanabria". Fofinho!!


Castilla e Leon

HISTORIA DE PUEBLA DE SANABRIA
Puebla de Sanabria es una de las más antiguas localidades zamoranas,documentada por primera vez en el año 509, a raíz de unas actas del concilio de Lugo.
Ya en el siglo X existía una ­urbe Senabrie­.
Es posible que ya entonces existiera algún tipo de fortificación en la puebla, llevada a cabo por los reyes leoneses en su avance hacia el sur, aunque la falta total de datos y vestigios históricos y arqueológicos que lo confirmen, hace que esto sólo sean meras especulaciones.
Desde 1132 al menos, la villa ya contaba con el castillo plenomedieval antes referido, documentado a través de sus tenentes, una larga lista aportada por Gómez Moreno que se iniciaba en ese año de 1132 con el conde Ponce Fernandizi y su hermano Xemeno; en 1150 ostentará ese cargo Roderico Petri señor de ­Senabria et de Carvaleda­.
De 1158 a 1161 Ponce de Cabrera y Rodrigo Pérez de Sanabria serán los tenentes de la fortaleza.
En 1164 lo será Fernando Ponce; en 1171 ­mandante Senabrie comité Poncius et comitissa María Fernándiz­; y por fin en 1188 se cita a ­Fernandus Aldefonsus tenes Senabria­.En el 1195, Alfonso IX convierte a Puebla de Sanabria en bastión de la frontera leonesa frente a Portugal. Es entonces cuando ese monarca hace de la villa una de sus pueblas, concediéndole fuero en 1220, reedificando además castillo y murallas.
De entonces data la innovadora planta de aquel castillo, cuadrangular, típico de la época, pero defendido en sus ángulos por cubos circulares, modelo, que como muy bien señala Gutiérrez González, no se utilizaría de forma habitual en estos reinos hasta la Baja Edad Media.
Avanzado ya el siglo XIII, la importancia económica y político−militar de Puebla de Sanabria se mantiene, refrendando su fuero en 1273 el entonces rey Alfonso X.
En el siglo XIV, esta villa es propiedad de Juan Alfonso de Alburquerque, quien delega todos sus derechos de usufructo a su esposa, lo que desemboca en la donación que de la villa hace en la segunda mitad de siglo Pedro I en favor del conde Fernando de Castro.
Posteriormente el mismo monarca la donará a Men Rodríguez de Sanabria.
Tras las disputas al trono entabladas entre este rey y su hermanastro Enrique, Puebla de Sanabria será dada por Juan I en gratitud por los servicios prestados a su padre a los Losada, familia noble local, en la persona de Alvar Vázquez de Losada, junto a su alfoz y a la Carballeda, todo ello en forma de mayorazgo.
En 1451, tras la guerra civil coetánea de Juan II, Doña Mayor de Porras, madre y tutora de Marina de Losada, vende a Alonso de Pimentel, tercer conde de Benavente, la mitad de Puebla de Sanabria y toda su tierra, tomando entonces aquel posesión de la fortaleza.
En ese año de 1451 y en 1476, las dos líneas principales de los Losada desaparecerán, subsistiendo únicamente la rama de los señores de Rionegro, lo que beneficiará a los Pimentel, que adquirieron la otra mitad de Puebla tras el reinado de Enrique IV.
En 1465 el príncipe don Alfonso, hermano de Enrique IV; da a Rodrigo de Pimentel la mitad de la Puebla de Sanabria propiedad hasta entonces de Diego de Losada.
Al morir Don Alfonso, aquella cesión se suspendió hasta 1479, año en que los Reyes Católicos la hacen viable en manos del cuarto conde de Benavente, el referido Rodrigo Alonso de Pimentel.
Firmada la paz con Portugal, los Reyes Católicos devuelven a los Losada su mitad de la villa. Por todo ello, y como única solución, el citado conde de Benavente compra esa propiedad a doña Leonor de Melgar, viuda de don Diego de Losada a cambio de toda su hacienda en el lugar Montamarta en 1489.

El actual castillo de Puebla de Sanabria, levantado sobre las ruinas de la fortaleza plenomedieval, se comenzó a edificar a mediados del siglo XV, bajo el mandato del tercer conde de Benavente don Alonso de Pimentel, según se refleja en su testamento. Las obras se interrumpieron durante varias décadas, debido sobre todo a las continuas controversias ya reseñadas sobre la propiedad de la villa. Una vez resuelto este litigio, el cuarto conde de los Pimentel reanuda en 1480 las obras de levantamiento del castillo, aunque estas se prolongarían hasta 1510, ya con Alonso de Pimentel como quinto conde de Benavente, casado con Ana de Herrera y Velasco, quienes ­durante nuestro matrimonio abemos labrado, reedificado, de nuevo y mexorado en casas fuertes e llanas­.
Recién terminadas las obras principales de este castillo−palacio, en 1506, se alojará en él doña Juana la Loca, y su marido don Felipe. El Castillo de Puebla de Sanabria participo de manera principal y directa en las guerras de Portugal que tuvieron lugar durante el siglo XVII, sufriendo durante ellas un deterioro considerable. En 1647, el maestre de Campo que se instaló en la fortaleza la señaló como arruinada.

Por aquellos mismos años fueron reedificadas y mejoradas las murallas de la villa, constando ya en 1642 la Puebla de Sanabria como fortificada.En 1710, ya con el castillo y sus murallas notablemente deterioradas, la villa es tomada por los portugueses, que la conservan hasta 1716, año en que es recuperada por los ejércitos españoles.La guerra de la independencia frente a los franceses tuvo también participación en este castillo zamorano, lo que sirvió para su definitivo deterioro, ya que en 1809 aparece ­mal entretenido­ y con una simple muralla como recinto exterior.Durante las guerras carlistas, el recinto amurallado seria por última vez reparado, aunque de manera superficial, no deteniéndose con ello su continuo deterioro.En 1887 el castillo pasa a pertenecer al ayuntamiento de la villa, quien en un principio lo utiliza para diversos fines: almacén de paja, vertedero, cárcel municipal o gallinero.Llegado el siglo XX, sufre graves daños en sus estructuras al construirse en 1959 un deposito de agua en uno de sus cubos

Durante los últimos años, el castillo ha experimentado un importante proceso de rehabilitación y de consolidación de todos sus muros, siendo utilizado como escuela taller y biblioteca−sala de exposiciones.Las murallas, también participes de estas recientes reparaciones, presentan hacia el E del recinto histórico de la villa un aspecto bastante saludable,aunque es de lamentar la desaparición de la casi totalidad de sus puertas.










Alto Douro

A Região Vinhateira do Alto Douro ou Alto Douro Vinhateiro é uma área do nordeste de Portugal com mais de 26 mil hectares, classificada pela UNESCO, em 14 de Dezembr de 2001, como Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural e rodeada de montanhas que lhe dão características mesológicas e climáticas particulares
Esta região, que é banhada pelo Rio Douro e faz parte do chamado Douro Vinhateiro, produz vinho há mais de 2000 anos, entre os quais, o mundialmente célebre vinho do Porto.
A longa tradição de viticultura produziu uma paisagem cultural de beleza excepcional que reflecte a sua evolução tecnológica, social e económica.
A área classificada engloba 13 concelhos: Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa, e representa dez por cento da Região Demarcada do Douro.

Lamego



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Hotel Rural Casa dos Viscondes da Várzea
Situada em pleno Douro, a casa de traça oitocentista, está inserida numa propriedade de família com mais de 180 hectares, repartidos por vinha e árvores de fruto. A decoração do interior da casa não foi deixada ao acaso, mobiliário da época, peças de prata, quadros, objectos raros e candelabros em ferro, fazem-nos reviver o passado. Os quartos, espaçosos e confortáveis, foram decorados de forma personalizada e os jardins têm canteiros de buxo.



quarta-feira, 26 de agosto de 2009

BRUXELLES, agosto




Bruxelles
Paroles: Jacques Brel. Musique: Jacques Brel & Gérard Jouannest
C'était au temps où Bruxelles rêvait
C'était au temps du cinéma muet
C'était au temps où Bruxelles chantait
C'était au temps où Bruxelles bruxelait

Place de Broukère on voyait des vitrines
Avec des hommes des femmes en crinoline
Place de Broukère on voyait l'omnibus
Avec des femmes des messieurs en gibus
Et sur l'impériale
Le cœur dans les étoiles
Y avait mon grand-père
Y avait ma grand-mère
Il était militaire
Elle était fonctionnaire
Il pensait pas elle pensait rien
Et on voudrait qu'je sois malin

C'était au temps où Bruxelles chantait…

Sur les pavés de la place Sainte-Catherine
Dansaient les hommes les femmes en crinoline
Sur les pavés dansaient les omnibus
Avec des femmes des messieurs en gibus
Et sur l'impériale
Le cœur dans les étoiles
Y avait mon grand-père
Y avait ma grand-mère
Il avait su y faire
Elle l'avait laissé faire
Ils l'avaient donc fait tous les deux
Et on voudrait qu'je sois sérieux

C'était au temps où Bruxelles rêvait…
.
Sous les lampions de la place Sainte-Justine
Chantaient les hommes les femmes en crinoline
Sous les lampions dansaient les omnibus
Avec des femmes des messieurs en gibus
Et sur l'impériale
Le cœur dans les étoiles
Y avait mon grand-père
Y avait ma grand-mère
Il attendait la guerre
Elle attendait mon père
Ils étaient gais comme le canal
Et on voudrait qu'j'aie le moral

C'était au temps où Bruxelles rêvait…



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antoine
et
manu